Muitos personagens já morreram no cinema em 2015. Alguns de maneira poética, outros de maneira violenta. Já o troféu de morte mais desnecessária do ano vai para o novo “Jurassic Park”.
ESTE POST CONTÉM SPOILERS!
Após a Indominus Rex libertar uma quantidade enorme de pterossauros no parque, o filme dedica 40 segundos para matar Zara, a assistente de Claire.
Zara é apanhada do meio da multidão…
…disputada no ar por outro pterossauro…
…atirada no tanque do mosassauro…
…pescada…
…afogada…
…pescada novamente…
…e, por fim, engolida viva pelo mosassauro.
Sua morte é tão cruel que o filme parece punir a personagem por um crime de guerra, quando na verdade ela só não estava empolgada em cuidar dos sobrinhos chatos da chefe.
Durante as inúmeras entrevistas que seguiram o lançamento do filme, o diretor Colin Trevorrow foi questionado sobre a cena. “Quando a garota cai na água, eu sei que todos vão pensar ‘eu sei o que vai acontecer com ela!’. Mas, quando os pterossauros voltam, isso começa a subverter a expectativa das pessoas”, declarou ao “Den of Geek”.
Ao “Yahoo Movies” Trevorrow disse ter se inspirado nas pinturas de Hieronymus Bosch. Paralelos foram traçados com a cena de abertura de “Tubarão” (1975), o diretor recebeu muitos elogios pelo dinamismo da cena e Bryce Dallas Howard, a Claire, chegou a comemorar o que chamou de “a primeira mulher a ser morta por um dinossauro”. GIRL POWER!
Mas a verdade é que, por trás da morte desnecessária de Zara e da falsa criatividade de Trevorrow, está um dos maiores clássico da Disney.
A cena de “Jurassic World” é tão parecida com o segmento de “A Sagração da Primavera” de “Fantasia” (1940), que é impossível não pensar nela como uma refilmagem. Todos os elementos estão lá: os pterossauros, a pesca, o duelo no ar e até o mosassauro. Assim, a morte de Zara não só é desnecessária como também pouco original em sua execução.
Que isso sirva de lição. Não importa o quão profunda esteja sua referência, sempre existirá um nerdão para reconhece-la.
Que a Força esteja com vocês
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