“Perdido em Marte”, de Andy Weir, é um dos melhores livros de ficção científica dos últimos tempos. Não é de se espantar, portanto, que a adaptação para o cinema dirigida por Ridley Scott seja incrível.
Como já escrevi a crítica para a “Ilustrada”, não vou falar aqui sobre as qualidades do filme e por que vale a pena assistí-lo, mas sim sobre o fantástico material de divulgação lançado fora do Brasil.
Apollo e Ares
Para quem não sabe, a história de “Perdido em Marte” segue os mesmos passos do projeto Apollo, que levou o homem à Lua.
Após duas missões bem sucedidas, o público começa a perder o interesse na exploração espacial. A terceira missão corria bem, até que um acidente coloca a vida dos astronautas em risco e, de carona no drama humano, o mundo volta a se interessar pelo assunto.
Saem os astronautas James Lovell, Jack Swigert e Fred Haise, da Apollo 13, e entram Melissa Lewis (Jessica Chastain), Alex Vogel (Aksel Hennie), Mark Watney (Matt Damon), Chris Beck (Sebastian Stan), Beth Johanssen (Kate Mara) e Rick Martinez (Michael Peña), da Ares 3.
“Gostaria de saber mais?”
Para ajudar o público a conhecer a tripulação e criar o clima de pré-lançamento em 2035, a produção do filme produziu a série online Ares Live, que funciona como um prólogo para “Perdido em Marte”. Infelizmente, tudo em inglês.
No primeiro vídeo, gravado por Mark Watney, conhecemos um pouco sobre a tripulação. Aprendemos sobre suas funções e vemos a disposição interna da nave.
No segundo, a Nasa nos mostra um pouco da personalidade de cada um deles. Esse vídeo seria o resultado da primeira entrevista com um psicólogo após ficarem 10 dias em isolamento.
O terceiro, e certamente o mais legal de todos, é um episódio do futuro de “Startalk”, programa de astronomia e ciências em geral apresentado pelo astrofísico Neil deGrasse Tyson.
Tyson também apresentou a nova versão de “Cosmos”, programa que transformou o cosmólogo Carl Sagan em fenômeno pop no início dos anos 80.
Um quarto vídeo mostra o rigoroso processo de treinamento pelo qual os astronautas das missões Ares são submetidos, ao mesmo tempo em que faz propaganda para a marca de roupas esportivas Underarmor.
O vídeo parece ser narrado pelo Morgan Freeman, e eu não ficaria nem um pouco espantado se ele ainda estiver vivo em 2035.
Por fim, um vídeo para angariar a simpatia do público após o acidente que deixa Watney sozinho em solo marciano.
Tradução
É uma pena que todos esse material em vídeo, além de um folheto explicativo que você pode ler aqui, tenha sido produzido apenas para o público que fala inglês.
Quem, como eu, leu “Perdido em Marte”, sabe que uma das coisas mais legais do livro é percepção de que a situação do astronauta esquecido em outro planeta realmente abalaria a opinião pública por aqui.
O enorme esforço feito por Andy Weir para construir esse possível futuro não foi jogado fora pela produção do filme, mas são vídeos como esses que ajudam a cimentar o filme em um universo realista.
Uma pena que o público brasileiro tenha ficado de fora dessa.
Agora um esclarecimento.
Gostaria de pedir desculpas aos meus dois leitores pela falta de publicações durante todo o mês de setembro. Isso não se repetirá.
Um beijo a todos.