Finalmente, após mais de três anos de espera, havia chegado a hora de assistir “Star Wars: O Despertar da Força”. Acordei cedo, peguei o transporte do jornal e, com medo de perder a sessão, cheguei ao shopping com quase duas horas de antecedência.
Como parte da preparação, e também como uma maneira produtiva de aliviar a tensão pré-estelar, passei os últimos 10 meses construindo um sabre-de-luz para levar na estreia.
Pesquisar as partes, comprar os LEDs, aprender a soldar… Depois de muito suor e um pouquinho de sangue, consegui terminar o projeto no dia anterior. Ainda falhava e o som não era perfeito, mas estava pronto.
A sessão era dessas antecipadas para jornalistas, aconteceu terça (16) de manhã, e como é costume no caso de grandes lançamentos, uma segurança pediu para revistar minha bolsa.
“O que é isso?”, perguntou apontando para o tubo de alumínio em meio e várias outras tranqueiras. “É o meu sabre-de-luz”, respondi. Confusa, ela chamou um supervisor.
“Desculpe, mas o senhor não pode entrar com isso na sessão”, disse o senhor de bigode. “Eu não posso entrar com um sabre-de-luz numa sessão de Star Wars?”, respondi. “Infelizmente não. Na sessão de ontem não foi permitido e eu não posso abrir um precedente hoje”.
Pensei em começar uma longa explicação sobre como aquilo, no fundo, não passava de uma lanterna cara e que os sabres não existem na vida real, mas desisti. Fui orientado a deixa-lo na chapelaria improvisada que recolhia os celulares e demais equipamentos eletrônicos dos convidados.
“Que pena”, disse um outro segurança enquanto via a cena, “É tão bonito”. Agradeci, enquanto entregava bolsa e tudo à mocinha da chapelaria agora elevada a paiol.
O excesso de zelo e a ameaça fantasma da pirataria me impediram de entrar “armado” na sessão. Onde já se viu separar um homem de seu brinquedo. Quem sabe uma era mais civilizada….
Que a Força esteja com vocês!